Eu te liguei por que quis, não
por engano. Senti saudades, do seu cheiro, do seu beijo, teu sorriso, das tuas
broncas por ser tarde e não ter comido nada ainda.
Eu tô no portão do seu prédio,
mas sem coragem pra interfonar. O porteiro até quis te chamar, mas eu pedi que
não. E não é por falta de coragem – na verdade, eu teria entrado, subido e
estaria na sua porta.
Mas, quer saber? É loucura tudo
isso. Talvez, seja loucura.
Mas você poderia não ter me
atendido, caso realmente não quisesse mais nada de mim. Poderia não ter dado
uma resposta no dia em que te esperei sair do trabalho só pra acompanhar até o
carro e dizer: até logo.
Acho que, nesse jogo de “quem é
mais forte”, nenhum de nós vai ganhar. Você virou uma página, eu rasguei outra.
Ambas páginas eram de livros diferentes, e estavam em branco, mas mal
percebemos.
Pura revolta. Mas que não durou
quinze minutos. Nossas brigas nunca duraram muito tempo, ao contrário do nosso
amor.
Quer saber? Somos loucos, um pelo
outro. Não fosse isso, eu não estaria aqui, no telefone contigo enquanto subo
as escadas e você não teria deixado a porta aberta – e me avisado disso.
Quer saber? Se a nossa história
não tivesse importância, eu não teria chegado pro café da manhã, doze horas antes. E você não teria aberto a porta.
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